“Sim falo sozinho,
sozinho não,
falo com meu
amigo imaginário
igualmente a mim
SOLITÁRIO!”
Como é bom o papo
com meu amigo
imaginário,
compreende tudo que
falo,
até mesmo quando sou
gago
ou falo impossivelmente
rápido.
Concorda com tudo que
digo,
adora quando repito as
minha mesmas velhas
histórias de outrora.
Esteve ele comigo
até mesmo quando
não quis mais a vida.
Ouviu meu choro e
consolou minhas
lamentações
mudamente,
sem mesmo proferir
uma letra, mas em
seu esperado
silêncio encontro
as resposta daquilo
que nunca quis saber.
Ah meu amigo,
orienta-me
teu mudo silêncio.
Imaginário também
são os nossos
“diálogos”
que não passam de
monólogos de uma
mente desvairada,
mesmo assim nossas
conversas mudas
aprofundam-me e
desvendam o elo
intransponível que
criei em mim, por isso
nunca estou sozinho,
pois sempre
acompanha-me
solitariamente meu
inexistente amigo.
Inexorável é a sua
constante,
irreal é a sua
presença e
improvável se faz
sua “aflitante”
ausência.
Sim ao meu lado
caminha silenciosamente
meu inexplicável
amigo imaginário.
Não sei ao certo
seus traços e se
usa tênis ou sapato,
não sei seu telefone
e muito menos seu
endereço,
seu nome ou codinome
intransigentemente
desconheço,
mas mesmo assim
tenho-lhe apreço.
Mesmo sem face,
mesmo sem forma
e sem nome
materializo em ti
imaginário amigo
meu reais amigos
de verdade, onde
mesmo com atritos,
discordâncias ou
ruídos
tenho meu abrigo,
meu porto seguro e
escondido.
Eduardo Andrade do
Nascimento.

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