Uma vontade de sumir
para onde
não aja sombras de
vossa imagem,
para qualquer lugar
onde possa
encontrar o oposto de
tudo que você é,
onde encontre tudo
aquilo que não podes dar,
pois habitas
eternamente o inverno,
o que a tornas
indiferente e apática
com aquele que deseja junto a ti
construir uma história
comum.
Com vosso gelo que
transpassa
em suas palavras
congelou-se tudo
que restou de alegria
em um
peito a muito abatido
pela vida,
hoje me vejo habitando
um
sinistro ambiente onde
tudo
é uma escuridão,
uma falta de cores,
que além de cegar
olhos,
petrifica aquele amor
que
ainda insistia em
aquecer
esse copro empedrado
por palavras que mais
se
assemelham aos ventos
glaciais do sul.
Escrevo para ti hoje
meu último poema,
para ti que somente
sabe gostar de si.
E cada letra que
compões as palavras
desse poema triste
foram feitas nas lágrimas
que insistem em cair
pela minha face,
transformando-a em um
semblante sem vida,
em um rosto que somente
expressa a dor
que suas palavras
criaram em meu mundo.
Talvez por isso, hoje,
te deleto de tudo que sobrou
de minha vida que hoje
não passa de
um inferno glacial, um
polo ártico
e nesse tártaro de dor,
rasgo tudo que for seu,
jogo tudo ao ar para
que o vento
leve o que for seu para
longe de mim.
Todas as palavras
escritas não passam
de letras que formam um
sentimento
sobre algo que nunca
existiu,
sobre um sonho que não
deveria ter virado poemas
e muito menos gestos
que demostrassem
aquele amor falecido,
onde eras tudo
e hoje não passa de um
vazio repleto de nada.
Hoje te agradeço por
ter criado em mim
aquela ilusão que
alimentou meu coração
de esperança, que
depois, fez dele
um órgão inanimado,
sem vida e vontade,
apático para o sol,
aberto para o breu.
Mas esse vazio repleto
de abismo
talvez seja a porta de
saída para
um lugar longe disso
tudo que
criaste em minha vida,
para bem distante dessa
sepultura
que hoje és hoje em
minha alameda.
Sim, seus atos somados
com vossas palavras
são em minha
existência uma lápide
que hoje deposito não
só meu amor por ti
como também todos os
poemas que
um dia escrevi para
aquela que não podia entendê-los.
Me despeço desses
verso e de ti,
pois não quero
prolongar o que não deveria ter sido,
não quero fazer de
palavras vazias a perdição
de meus sorrisos e
muito menos o fim dos meus sonhos,
supero sua limitação
e saio de vosso lado
para ser sem tua
presença que congelou a minha.
Hoje quero o sol de uma
verão que aquece e
não inverno de um
coração que congela.
Eduardo Andrade.

Nenhum comentário:
Postar um comentário