domingo, 30 de dezembro de 2012

Seu inverno me congela.



Uma vontade de sumir para onde
não aja sombras de vossa imagem,
para qualquer lugar onde possa
encontrar o oposto de tudo que você é,
onde encontre tudo aquilo que não podes dar,
pois habitas eternamente o inverno,
o que a tornas indiferente e apática
com aquele que deseja junto a ti
construir uma história comum.
Com vosso gelo que transpassa
em suas palavras congelou-se tudo
que restou de alegria em um
peito a muito abatido pela vida,
hoje me vejo habitando um
sinistro ambiente onde tudo
é uma escuridão,
uma falta de cores,
que além de cegar olhos,
petrifica aquele amor que
ainda insistia em aquecer
esse copro empedrado
por palavras que mais se
assemelham aos ventos glaciais do sul.

Escrevo para ti hoje meu último poema,
para ti que somente sabe gostar de si.
E cada letra que compões as palavras
desse poema triste foram feitas nas lágrimas
que insistem em cair pela minha face,
transformando-a em um semblante sem vida,
em um rosto que somente expressa a dor
que suas palavras criaram em meu mundo.
Talvez por isso, hoje, te deleto de tudo que sobrou
de minha vida que hoje não passa de
um inferno glacial, um polo ártico
e nesse tártaro de dor,
rasgo tudo que for seu,
jogo tudo ao ar para que o vento
leve o que for seu para longe de mim.
Todas as palavras escritas não passam
de letras que formam um sentimento
sobre algo que nunca existiu,
sobre um sonho que não deveria ter virado poemas
e muito menos gestos que demostrassem
aquele amor falecido, onde eras tudo
e hoje não passa de um vazio repleto de nada.

Hoje te agradeço por ter criado em mim
aquela ilusão que alimentou meu coração
de esperança, que depois, fez dele
um órgão inanimado, sem vida e vontade,
apático para o sol, aberto para o breu.
Mas esse vazio repleto de abismo
talvez seja a porta de saída para
um lugar longe disso tudo que
criaste em minha vida,
para bem distante dessa sepultura
que hoje és hoje em minha alameda.
Sim, seus atos somados com vossas palavras
são em minha existência uma lápide
que hoje deposito não só meu amor por ti
como também todos os poemas que
um dia escrevi para aquela que não podia entendê-los.
Me despeço desses verso e de ti,
pois não quero prolongar o que não deveria ter sido,
não quero fazer de palavras vazias a perdição
de meus sorrisos e muito menos o fim dos meus sonhos,
supero sua limitação e saio de vosso lado
para ser sem tua presença que congelou a minha.
Hoje quero o sol de uma verão que aquece e
não inverno de um coração que congela.

Eduardo Andrade.

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