Suas ruas tem em cada
grão de poeira
a história de séculos
de um povo caiçara,
tem em cada pedra o
sentimento dos
que ali passaram
passeando ou traficando ouro.
Em tuas praias
encontra-se recanto de paz plena,
beleza em forma de
esmeralda marinha.
Sim, é bela porque és
verde
e suas montanhas são
muralhas intransponíveis
que generosamente
presenteiam suas águas
com sua cor verde de
floresta soberana,
que teu mar sabiamente
reflete em cor de esmeralda celeste.
És uma cidade dos
séculos
e feita foi para ser
contemplada de forma onisciente
por aqueles que
vagueiam por tuas ruas atemporais,
és uma alameda de
paixão para os que amam,
tens em sua paisagem os
ingredientes necessários para que o amor seja pleno.
Sua baía é sinônimo
de pluralidade,
abundancia de vida
encontra-se em teu mar,
o que te faz ainda mais
viva,
o que te faz ainda mais
linda.
Queria desfragmentar-me
em múltiplos pedaços
para que assim pudesse
ser parte de cada tijolo
que compõe teus muros
seculares,
seu murado que
presenciou o transcurso da história,
que viu amores,
revoltas e horrores,
viu também o saque do
ouro para as metrópoles,
viu o trabalho escravo
do negro,
viu o trabalho
compulsório dos caiçaras
e a opulência dourada
dos “senhores da terra”,
isso tudo é o que te
faz cidade do tempo,
te faz ainda mais viva
para aqueles que vivem
em tuas terras pouco
livres.
Mesmo não sendo para
todos teus filhos
tua abundancia marinha
alimenta tua gente,
sua terra cede os
frutos necessários para aqueles que nela vivem e trabalham,
mesmo com todas as
desigualdades que tens, cidade esmeraldina,
tuas belezas naturais
fazem de ti uma mãe sábia para teu povo
distribuindo-lhes
praias de peixes diversos,
rios repletos de
cachoeiras com a mais pura água doce,
és cidade verde de
esmeraldas florestais.
Que histórias se
escondem em tuas vielas,
em cada praia que te
constitui,
em cada rio que deságua
no teu mar,
quantos enigmas existem
em tu, cidade secular,
que te faz tão
misteriosa,
quantos segredos se
ocultam em tuas brumas,
quantas lágrimas foram
derramadas em tuas ruas?
Assim se faz uma cidade
para si,
se faz um município
para todos
e um centro para mim.
Um dia ei de escrever
minha história
em tuas ruas seculares,
fazer poemas em cada
murada
tua cidade paratyana,
quero amar minha amada
em teus mares
fazer sexo em tuas
cachoeiras
e ler um livro nas
areia de cada praia que te faz bela,
cidade literária,
cidade gastronômica, cidade da cachaça,
és praiana, serrana,
tens os mais belos frutos da terra,
por isso sou por essa
cidade encantado e apaixonado,
sou Paraty mesmo não
sendo de Paraty.
Eduardo Andrade.

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