segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Longe de mim




Não sei o que me faz assim
feliz e triste de fronte ao que é a vida
sinto nela um profunda mistura de solidão que liberta
e multidões que aprisionam,
sinto a vida bela em suas aquarelas,
ao mesmo tempo vejo-a suja sem estrelas e nem luas
talvez veja demais a vida ou invés de vivê-la
talvez a viva de forma errada,
mas qual viria ser a forma certa de vivê-la
as razões para que sejamos nela,
mas precisamos de razões para vida?

Quero me encontrar nos cumes da terra
aonde possa estar sozinho,
quero me perder onde cantam os pássaros,
por cada pedra pretendo deixar minhas lágrimas,
minhas histórias e com elas construirei meu sorriso,
preciso ficar longe de tudo que não é vivo
de corpos desabitados de vida,
porém ambulantes,
de pessoas com sonhos digitais.
A liberdade talvez a encontre longe do caos
em um ambiente rural, inóspito,
em um cume de alta latitude
mas somente sozinho poderei
ser o que eu ainda não sei que sou.

Depois que tiver percorrido
junto com a terra seus caminhos de sabedoria,
depois de solitariamente escutar o silêncio das montanhas,
quando a harmonia de meu corpo for a mesma que as águas de um rio
talvez eu volte e me sinta livre em um ambiente fechado e artificial,
talvez consiga ver amor nessa cidade cinza
e em suas pessoas de sonhos mortos.
Pode ser que não volte,
pois posso me encontrar longe do meu lugar
nem sempre nosso lar é a nossa raiz,
por isso preciso ir,
por isso preciso andar.

Eduardo Andrade.

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