Talvez tenha chegado o momento
De superar sua imagem em minha vida,
Talvez seja hora de colocar-te
Em meu pretérito, naquele lugar
Onde guardo tudo que amo e não tenho.
Sinto chegar o momento de pôr
Um ponto nessa história sem final,
Vou destituir seu lugar de musa
E deixarei uma vaga aberta
Para quem souber e quiser
Fazer morada em minha casa.
Quero aquele amor que
Ama e é amado,
Pois não quero
Amar somente de um lado,
Sim, quero um amor democrático
Que contemple todos os lados,
Que cria laços e não embaraços.
Na sua distância me afasto de tudo que é você,
Supero sua imagem em doses homeopáticas de solidão
crescente,
Soluciono-te em outros braços, em outras bocas, em
outras pernas.
Conforme se afasta, esqueço-te,
Conforme esqueço, deixo de querer-te,
Assim é a lógica do adeus
Faz-nos frio diante daquele amor querido,
Traz consigo o inverno para um coração sofrido.
Adeus! Talvez esse seja o único momento
Em que concordemos sobre nós,
A forma capaz de entendermo-nos.
Aproxima-se o nosso fim tão esperado,
Pouco desejado, mas que agora se faz necessário.
Te liberto desse amor que nunca foi seu
E assim liberto-me de você,
Para ser feliz além de suas fronteiras,
Pois não fui capaz de esquentar
Esse inverno que habita vosso peito.
Quero novas perspectivas
Novos olhares, diferentes lugares,
Quero outros beijos, outros desejos.
Receio que não seja mais
O momento para o nosso tempo,
O tempo para o nosso momento.
Despeço-me de ti da mesma forma
Que foste recebida em minha vida;
Com poesia deixo-lhe em teus olhos
O meu adeus, a minha despedia.
Comigo carrego no coração
O amor que nunca foi amado,
O desejo que nunca foi desejado.
Enfim é chegado o fim,
O fim está chegando enfim
O final de um sonho tornou-se pesadelo
E talvez o final desse pesadelo
Seja o início de um novo sonho.
Eduardo Andrade

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