Na madrugada
de uma noite fria
Encontro
todos os sonhos
Que não
sonhei em meu sono.
Na penumbra
de uma rua,
Na ausência
da lua
Apenas sou
junto ao vento
Que sopra
essa mesma nota
Com a mesma
constância sonora.
Numa calçada
de pedras lusitanas
Caminho
pensando que meu sono
Possa estar
perdido entre pedras
De um
passeio, onde só, peregrino por sonhos
Que não pude
sonhar em meu descaço.
Sono meu que
já não é mais meu
Por onde
caminhas nessa estrada
Pavimentada
de inconstâncias?
Sonho fora
do sono
Na
inconstância de um andar pela trama,
No movimento
de passos dados longe da cama,
Em esquinas
de ruas vazias
Numa noite
sem lua
Transitando
em ruas de aparência suja,
Junto aos
poucos que caminham um passo torto
Bambeados
pela cadência do sopro.
Vento que
faz o relento,
Que assopra
o tempo,
Que molha os
olhos
Com a chuva
que alaga as ruas,
Trazendo
nuvens que sonegam a lua.
Tempestade
trazida pelo sopro do vento
Junto com
raios de tormentos,
Com trovoadas
de momentos.
Noite fria madrugada
vazia,
Rua repleta
de pessoas remotas
Embriagadas
por inúmeras doses
De sonhos
bebidos longe do sono,
Esquecidos
logo após o tombo
Em que
perdemos a memória dos sonhos
Tragados na esquina do pecado,
Junto aos
bêbados do acaso.
Sopro no meu
rosto,
Vento no meu
dorso
Que limpa a
poeira do tombo
Naquela
noite esquecida nos sonhos,
Na ausência
do sono
Facilmente
trocado por tragadas de descaço.
Perdi a
noite em copos abarrotados
De goles de
passados encapotados.
Sem fronhas
e nem travesseiros
Longe da
cama eu sonho
Acordado em um
bar de anônimos
Localizado
na Rua do Antônio,
Esquina com
a Rua dos Antônimos,
Paralela a
Avenida dos Sinônimos
E
provavelmente em alguma delas perdi meu sono
Em um
logradouro em que se esquece os sonhos.
Enfim talvez
tenha chegado o fim
Desse que
escreve sonhos remotos
Longe do
sono que tanto pesa os olhos.
Talvez tenha
chegado o momento
De descanso
após tanto tombo
Que omitia a
hora do repouso.
Mais uma vez
ao raiar do dia durmo
Deixando na
rua tudo que sonho.
Eduardo Andrade
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