sábado, 29 de junho de 2013

Um grito de luz no escuro

Há muito um grito vem sendo abafado
Coagulado nas gargantas dos descalços,
Há muito que berramos silenciosamente
Nossas agonias na calada da noite,
Há muito somos dominados por nossos medos
E assim cultivamos a mudez em nossas bocas
Para calados contemplarmos a desgraça do descaso.
Há pouco percebemos que somos muitos
E que nosso coro pode ser muito mais que um sopro
Há pouco compreendemos que unidos somos muito mais
Do que poucas flores em um jardim,
Que juntos somos a primavera,
Somos um jardim sem fim.
                                            
Agora que somos a primavera
Nosso coro é o vento que traz o novo,
A tempestade que carrega o velho,
Que transforma a agonia em pretérito.
Para além do horizonte enxergamos
Um futuro, antes distante,
E que hoje se abre em nossa fronte.
Agora que somos despertar da aurora
Enterremos com o crepúsculo
Os escombros do velho mundo.
Tracemos nós a rota do novo mundo,
Façamos de nossa primavera
Um grito de luz no escuro.  


Eduardo Andrade

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