segunda-feira, 1 de julho de 2013

A noite das bocas que falam

O quão tergiversado foi a estrela
Durante a noite das bocas vazias de palavras
E de tão hermas que eram as bocas
Tornou-se ausente a luz dos astros noturnos
Para a visão dos que andam calados.
Tácitos nos mantiveram diante a penumbra
Que tanto insistiam em abafar o grito das ruas.
Vazia foi a noite despovoada de estrelas,
Hiato eram as palavras que não diziam nada,
Frívolo foi nosso passo diante a hipocrisia da matilha que domina
E foi assim que perdemos nosso rumo
Que subimos e descemos montanhas
Atravessamos rios caudalosos
E nos perdemos na terra que devia ser nossa morada.

Mas não podem tergiversar por muito o cintilar das estrelas,
Enganam-se os senhores do silêncio, das noites vazias.
Agora que enxergamos a dança dos astros,
Que achamos nosso rumo para o futuro
Já não andamos calados,
Nem sozinhos sonhamos nossos sonhos.
As ruas não mais se silenciam, as noites já não são caladas,
Nelas agora atuam e ocupam as bocas repletas de palavras,
A ação apinhada de sentido, a ideia transbordante de vontades.
Somos nós o despertar da nova era, o vento que dispersa as brumas,
A solução para nossos tombos, o remédio para nosso sono.
Agora que achamos o caminho diante de tanto circo
Não andamos mais perdidos entre montanhas e rios,
Somos donos de nossa terra e nela construímos a nossa morada.


Eduardo Andrade

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