segunda-feira, 1 de julho de 2013

Incapaz

Minha incapacidade de amar
Está na saudade que se cria na ausência de teus olhos,
Esse medo de amar que me domina
É o receio de esquecer-te em outra boca
De esvaziar-me de você na presença de outros olhos.
Sou amante desse amor que morreu
Nos entroncamento em que nos perdemos,
Onde se tornou dois o que era um único caminho.
Coube-me o fardo de levar no encalço
A mortalha desse amor moribundo
Que transformou meu mundo na desgraça de um grito mudo
Berrado no escuro, ululado sem pecado, bramido só.
Só eu sigo nesse nó em que tudo que foi virou pó
É pelo vento soprado sem dó. 


Eduardo Andrade

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