segunda-feira, 15 de julho de 2013

Por onde fui

Em meio a tanta chuva
Quase me afoguei
Diante as tormentas
Que se constituíam
No horizonte da vida.
Durante anos enxergava
Somente neblinas,
Rios inconstantes,
Montanhas a cada instante,
Assim em meio à tempestade,
Fui desorientado
Com olhos mareados
Bambeando a cada passo dado.
Quão densa era a floresta
Em que as horas, minutos e segundos
Foram eternidades constantes,
Por onde caminhei ofuscado
Diante as brumas do passado.

Entretanto a vida não pode ser vivida
Somente em momentos de neblina,
Não pode ser só recanto de tormenta
Em que se perde a paz em busca de um cais.
Agora que a vida floresce em minhas esquinas,
Observo um horizonte de sol constante,
Percorro em direção a uma campina,
Me desfaço dos olhos mareados,
Não caminho mais ofuscado
Nas sombras daquele passado.
O presente vivo em seu instante
Deixando o que foi em algum lugar da estante.
Olho para frente com sorriso no semblante
Sabendo que o que ficou para trás não volta mais
Sem me importar se vou encontrar um cais,
Pois vivo a vida e nada mais.


Eduardo Andrade

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