Rio de águas
profundas,
Janeiro que
desaba em chuvas.
Rio de ruas
noturnas,
Janeiro e
depois fevereiro.
Cidade onde
a poesia
É parte
ativa desse rio de ruas,
Rio de versos
sambados nos botecos
Onde os
significados são diversos.
Janeiro que
pinga nas ruas
Lágrimas de
choro da lua.
Rio cidade
para além de janeiro,
Que ferve em
fevereiro
Com a
euforia dos festejos.
Cidade desespero,
Onde as ruas
alagam
Em janeiro,
março e fevereiro.
Rio cravado
de montanhas,
Repletas de
favelas
Ocupada pela
polícia
Que fazem da
viela
Um rio de
sangue
Para além do
mês de janeiro.
Rio de
culturas,
Rio de
labuta,
Rio das
putas,
Dos moradores
de rua,
De alguns
magnatas
Que não são
filhos das putas,
Rio do operário
Apertado em
trens diários,
Rio sem salários,
Rio sem Rio,
Rio de sorriso
oprimido.
Mas não só
disto
É composto o
Rio
Que nasceu
em Janeiro,
Não só de
balas
É feita esta
morada.
Cidade onde
desperta a alvorada,
Cidade de punhos
erguidos,
Cidade onde
reverbera o grito
Dos oprimidos,
dos excluídos.
Rio rubro
De águas
bravias,
Povo na rua
Com ideias
na cuca,
Rio revoltoso,
Rio rebelado,
Rio de
vinagre
Contra bombas
do governante.
Rio
resistente,
Rio imponente,
Rio que se
ergue em pedras
Frente à
borracha
Das balas do
Estado.
Cidade
combativa,
Rio imperioso,
Cidade rebelada,
Rio
Companheiro,
Rio de
Janeiro.
Eduardo Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário