domingo, 11 de agosto de 2013

Aquela carta que você não leu.

Hoje sete anos após sua partida inesperada, escrevo-lhe minha primeira carta, minha primeira tentativa de dizer-lhe tudo o que sou tudo que sinto e vivo. Escrevo-te estas linhas como uma desesperada tentativa de expressar todo meu amor por ti, toda nossa ligação que foi interrompida em uma lápide fria, abruptamente suspensa em uma tumba distante não podendo ter-lhe em meus braços. Queria muito contar-lhe algumas coisas de minha vida, algumas dores que adquiri e perdi na mesma, queria contar-lhe minhas tristezas e alegrias, meus amores e minhas despedidas. A vida muitas vezes não se faz justa, não se faz doce e sonoramente macia, faz-se um conto triste de páginas molhadas. Quanto momento de vida esteve ausente, quantas boas novas não passaram por seus ouvidos, quantas lágrimas não pude chorar em vossos ombros. Ficou entalado na minha garganta o meu adeus, ficou aquele último “EU TE AMO”, que ainda hoje sinto em minha garganta, tantas coisas para serem ditas, já não podem mais, transformaram-se em palavras mortas que habitam zombeteira minha boca, que passeiam pela cabeça deixando somente a dor das palavras não ditas. Hoje somente levo comigo as doces lembranças de nossos momentos, onde, pai e filhos eram dois amigos, dois confidentes e companheiros, levo aquela dor por não poder ser avó dos meus filhos, por não poder estar aqui comigo sendo meu pai e eu o teu filho. Em quantas linhas posso explicar a saudade que insiste em mim, com quantas palavras poderei trazer você para o meu lado, com quantas letras poderei eternizar vossa imagem? Apenas queria que soubesse que meu amor por ti não pode ser traduzido em meras palavras, nem tão pouco poderia dizer tudo que sinto e tenho a lhe dizer nesta humilde carta, TE AMO, sem começo e sem fim!!!

Eduardo Andrade

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