quarta-feira, 23 de outubro de 2013

De tanto amor

De tanto amar o amor em que te amo
Amei-te sem vírgula, nem ponto.
De tanto ser teu amei o seu colo
No silêncio de nosso desencontro.

De tanto amor esqueci meu sono
Naquele invariável sonho.
Escrevo teus olhos no meu conto,
Exalto tua boca em meu canto.

De tanto amor fiz na dor meu exílio,
Agora que sou não ator do seu sorriso
Resta-me contemplar o que não foi esquecido,
Amar o amor que continua seguindo.

De tanto amar fez-se mar no amor
E nessa imensidão desencontrou-se o amor
Perdido na variação da maré dum oceano sem cor
Regado de amor e saudade, pranto e dor.


Eduardo Andrade

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