Quando
cruzei o ponto final
Deparei-me
com um ambiente repleto de nada.
Agora estou
sozinho em um conjunto vazio
E caminho
por ruas desguarnecidas de poesia,
Transponho
pessoas de espirito oco.
Me perdi
diante de tanto nada
Embaralhei
minhas pernas
Tentando
desviar das pedras
Que
complicavam o caminho,
Senti na
boca o amargo sabor do despovoado,
Beijei
lábios com acre desolador,
Perdi minhas
palavras
Na saliva
que apaga.
Na ilusão do
descampado
O amor era
objeto raro,
Miragens de
sua imagem,
Desarrumam
sua verdade,
Banalizam
aquela vontade.
Agora que
compreendi as cores do nada
Agrego o
vazio até a raiz da alma,
Infiro em
minha vida outra vida vadia
Que é nada
vezes nada,
Vazio por
vazio,
Um olhar
esquecido em um dia perdido.
Mas percebo que
não há pigmento na solidão do relento
Somente a
mesma falta de cor que abastece a dor.
Sigo sozinho,
Sozinho num
caminho vazio.
Eduardo
Andrade
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