Não escreva
o que foi dito
Escreva
somente aquelas palavras guardadas,
Conservadas
no seu âmbito,
Trabalhadas
em sua ideia.
Não utilize
as palavras corriqueiras
Que diariamente
jogamos sobre a mesa
Escolha
somente aquelas que guardamos na memória,
Afinal são
com as palavras que tentamos traduzir a alma,
Para tal
tarefa não podemos inibir o termo
Tão pouco se
deve usufruir das sentenças carregadas de soberbas,
Não podem
elas expressar a simplicidade das palavras não ditas
Por isso não
escreva com as palavras que moram na boca,
Não cabe
nelas poesia,
Compreenda que
não se faz um poema com palavras vazias
Deve o verbo
ter em si uma pitada de magia,
Transbordar sentimento
de suas bordas.
A palavra da
poesia
Não é uma
sentença de vida
É somente
uma compreensão dela
Sem pretensões
de verdade.
A palavra da
poesia
É a palavra
não dita
Que
laboramos numa hora desprovida de tempo
Em um tempo
despovoado de momento
Portanto,
Não escreva
o que a boca deixa cair por terra
Nem se utilize
do termo que jogamos no chão,
Use somente
a palavra guarda e trabalhada
Na distração
dos sentidos,
Amada antes
mesmo de ser palavra.
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