terça-feira, 26 de novembro de 2013

No vão

Agora
Distante
Num instante,
Na estante
Guardei teus olhos,
Entre as poesias
Num livro
Junto ao poeta
Deixei teu sorriso.

Agora
Distante
Sem nem um instante,
Sem teus olhos na estante,
Nem seus sorrisos
Junto aos livros do poeta.
Procuro teus cabelos
Junto ao travesseiro,
Não sito seu cheiro.

Em vão
Busco tua flor
Não encontro o teu calor
No vão entre a cama e o colchão.
Querida
Não te encontro
Na poesia da estante
Não te vejo junto ao poeta,
Nem na fronha de minha cama.

Em vão
Encontro-me no vão,
Busco com os olhos
Os teus cachos,
Percorro atrás de teus beijos.
Em vão
Procuro no vão
O sabor da tua boca,
Tudo em vão.

Agora
No vão
Entre os livros
Distantes num instante,
Ausentes na estante,
Te realizo
Na poesia que grita,
Te encontro
Somente em sonhos.

No vão
Entre os livros,
Na poesia que grito,
Nessa hora
Não encontro teu sorriso.
Agora
Procuro teus cachos,
Tateio seus cabelos
Em vão.

Te espero
No vão
Entre a cama e o colchão,
Nunca em vão.
Agora
Espero a hora
Em que bato em tua porta
E te levo comigo
Mundo afora.

Eduardo Andrade

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