domingo, 3 de novembro de 2013

Sangrou a terra

Sangrou a terra,
Por 500 anos
A terra sangrou.
Foi sangue de ouro
Sangue de cana,
Foi sangue de café
Sangue de borracha
Foi tanto sangue,
Que a terra se tornou rubra
E o germinal de tanto sangue
Foi uma alvorada vermelha,
O despertar das Ligas Camponesas.
Fez-se rebelião no latifúndio,
Reverbera-se pelos cantos
Um grito que era mudo,
Grita a terra à liberdade que se espera,
Berra o lavrador na contenda pela terra.
Levanta-se o camponês
De punho erguido
Levando consigo
A rubra bandeira
Daquele sangue
Que germinou toda colheita
Colhida numa rebelião camponesa.
Peleja o lavrador,
Não recua diante tanta bala
Morre a cada batalha,
Renasce a cada jornada.
Forja e é forjado
No campo em que trabalha,
No campo em que batalha.
O camponês,
 Já não aceita mais sua mortalha
O camponês,
Levanta-se com o sol da alvorada.


Eduardo Andrade

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