quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Recorte de retalhos

Recorto essa solidão
Espalho-te em retalhos,
Embaralho o passado
Para que não mais viva em mim.
Há um mundo de ilusão
Onde a realidade é abstrata
É inventada com a cor das nossas horas,
É borrada com lágrimas que choram.
Fotografias de teus dias
Vejo-as caído
Procurando algum sentido
Na palavra bem amada,
Busco teus vestígios
No doce do paladar
Já esquecido no zumbido,
Sem mais horas,
Sujo com coisas do passado
Procuro um rio
Onde possa me lavar de teus pretéritos
Para deixar ir
Tua essência,
Tua ausência,
Para deixar vir
O que tiver de vir.
Aprendi a ir
Para onde quero
Sigo sozinho e de chinelo,
Guardo de ti somente os versos
Vou num rumo criado no instante
Não vivo mais uma vida de estante
Vivo a vida que deve ser vivida
Na beira dum rio, nas ondas do mar.
Edificamos nossos sonhos
Em terrenos distantes
Fizemos nossa morada
Na hora errada,
Temos nossos caminhos
Agora sigo o meu,
Agora segue o teu
Talvez algum dia
Diga-lhe adeus.

Eduardo Andrade

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