segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cento e dezessete degraus



Numa trilha rumo ao cume
Suando e pingo na pele o passado
Deixei cada parte tua
Na estrutura de cada árvore por onde passei.
Para cada passo dado
Deixava na poeira
Uma parte do passado,
Andando sempre para frente
Fui deixando para trás
O que não é presente.
Caminhando continuei
Em cada curva
Abria-se a vida
Em forma de natureza,
Natureza viva
E que faz viver.
Nessa pequena jornada
Entre árvores e pedras
Minha perspectiva
Era sempre seguir em frente,
Sentia que algo me aguardava
Ao final da caminhada.
Rumo ao cume,
Seguindo a trilha da vida
Deparei-me com uma escadaria
Eram cento e dezessete degraus de passado
Onde deixei em cada um deles nosso caso.
Já no cume entendi
Que no silêncio da montanha
Escutamos melhor a voz da vida.

Eduardo Andrade 

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