terça-feira, 15 de abril de 2014

Poesia turva

De todas as insanidades
Que habitam minhas ideias
Talvez seja você
A que mais desordena
O meu juízo,
A que mais subtrai
A minha paz.
Dessa gama de loucura
Em que me encontro
Certamente é a frase sem ponto
Que continua uma poesia turva,
Na demência da ausência
Fiz versos mudos
Fui um personagem nulo
Numa crônica de fronha.

Cansei desse sonho de travesseiro,
Essa demência que tem seu nome
Não será em mim sobrenome
Que segue, persegue
E acompanha a vida inteira.
De loucuras já bastam as minhas
Administrá-las não é coisa simples,
Tuas loucuras não são minhas
Não as quero em minha poesia
Desnorteiam a rima,
Faz do tema um ponto fixo,
Estrutura rígida e sem vida.
Adeus amor,
Quero uma poesia viva
Que faça vida.

Eduardo Andrade

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