quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Os poemas que escrevi

Para ti fiz uma centúria de poemas
Todos banhados no mais puro amor
Na sinceridade da dor de te perder,
Poemas que carregam consigo
O amargo arrependimento
Que habitou meus lábios por longo tempo,
Poemas que provavelmente nunca leu
E nem chorou sobre suas páginas,
Todos devidamente ignorados.
Assim se constituiu minha poesia;
Nada que poemas não lidos,
Fadados ao fracasso,
Assim como fracassou o nosso amor.
Agora minha poesia é nula,
Um sentimento solitário
Largado num canto de quarto,
Palavras cheias de sentido,
Um perdão nunca lido.
Nesse momento em que a certeza de perda
Reina sobre a ponta de minha caneta;
A poesia perde o foco
E a poesia é vazia.

Eduardo Andrade

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