sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Silêncio

Sou poeta das palavras mudas
Faço minha poesia no silêncio
Da sentença que cala,
Com o termo que chora sentido
E rasga no peito a ferida da vida.
Construo minhas palavras
Com o sentido do silêncio,
Na amargura duma noite escura,
Talvez por isso seja minha poesia
Um apinhado de palavras
Que não podem ser ditas,
Existem somente como grafia
Pois a pronunciação da palavra
É a materialização da dor.
Nada sei sobre o som,
Apenas entendo as palavras
Que morrem na boca
Para que no papel
Renasçam como poesia.
Afinal não faço poesia com som,
Faço-a no limiar do silêncio,
Na plenitude do vazio
Onde as palavras florescem
E os sentidos gritam aos ouvidos.

Eduardo Andrade 

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