Um vagão apinhado de pessoas
E todas amontoadas
Algumas de sorrisos,
Outras de lágrimas
Porém todas escondidas
Atrás das carapucas
Da hipocrecia cotidiana
Expressões guardadas,
Dentro de aperelhos telefônicos,
E enquanto o vagão entra e sai de estações
Pessoas olham o vazio das pessoas.
Para a multidão solitária dos coletivos cariocas
Nada importa a não ser a tecnologia
Que aprisiona olhos
Em telas, teclas
E aplicativos escolhidos
Para roubar aquele momento
Em que pensamos a vida
Todos juntos no mesmo coletivo.
O vagão segue lotado
Todos com destinos distintos
Carregando no rosto o mesmo semblante,
A mesma indiferença urbana
De quem vive a vida cinza
De escritórios e esquinas
Cultivando sonhos monetários,
Compartilhando o mesmo pecado.
Todos com destinos porém perdidos
Todos rindo diante do abismo
Tanto faz quem deu o primeiro grito.
Eduardo Andrade
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