terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Pés na terra

Eu quis escrever em minhas linhas a vontade do mundo
Quis fazer poesia com tudo àquilo que é mundo,
Mas não sou poeta das coisas grandiosas, não mesmo.
Me contento com as miudezas das coisas
Com a simplicidade pronunciada pelo termo.
Gosto das conversas das maritacas faladeiras,
Gosto do canto do galo ao despertar da manhã,
Por isso escrevo em minhas poesias o cheiro da terra molhada
O verde da mata atlântica e a cor avermelhada do barro
Nas estradas de terra onde moram pessoas humildes.
Com pés na terra e consciência em harmonia com o simples
Escrevo palavras pensadas numa montanha
Com os pés num rio de chá de pêssego,
Numa praia de águas esmeraldinas.
Liberto-me do cinze – urbano – capitalista.
Livre, natural e autônomo
Associo-me a simplicidade provinciana
Das cidades do interior de Minas Gerais,
A sabedoria dos caiçaras do mar de esmeralda
Filio-me somente a mata atlântica
Aos seus rios, a suas praias, a suas árvores.
Sou companheiro do povo da terra,
Poeta provinciano com capim no canto da boca
E os pés enraizados na terra.

Eduardo Andrade 

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