quarta-feira, 17 de abril de 2013

Meu devaneio poético



Meu devaneio poético extrapola toda minha sanidade católica, supera em muito minha moral protestante, esse meu pudor judaico, esse meu extremismo islâmico, mesmo sendo ateu/agnóstico.
Minha poética é um devaneio agnóstico que somente poemiza o que é humano, o que é carne e carnal. O poema que faço é ateísta, pois não poemiza o que é divino, o que é clérigo e santificado, sou poeta da pessoa humana.
Minha insanidade é ateísticamente poética, não passeia por alamedas religiosas, não pedala por ciclovias divinais, sou poeta que perambula entre ruas, luas e grutas, o poema meu canta o que é povo, luta e labuta.
Meu devaneio poético é libido, é carne que se junta com carne, é corpo que se cola com corpo, é mão sem direção, é membro cheio de sentido, engatilhado e apontado para o sexo, para o desejo de ser desejado. Meu poema insensato é a representação tangível da vontade que arde a alma e a pele, que incendeia a mente.
Meu poema é uma forma simples e abstrata de poemizar o amor e suas formas complexas, a paixão e sua cólera arrebatadora. Por isso canto um conto de amores concretos, de paixões surreais, um conto de amor de amoras.  

Eduardo Andrade

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