Meu devaneio poético
extrapola toda minha sanidade católica, supera em muito minha moral
protestante, esse meu pudor judaico, esse meu extremismo islâmico, mesmo sendo
ateu/agnóstico.
Minha poética é um
devaneio agnóstico que somente poemiza o que é humano, o que é carne e carnal. O
poema que faço é ateísta, pois não poemiza o que é divino, o que é clérigo e
santificado, sou poeta da pessoa humana.
Minha insanidade é ateísticamente
poética, não passeia por alamedas religiosas, não pedala por ciclovias
divinais, sou poeta que perambula entre ruas, luas e grutas, o poema meu canta
o que é povo, luta e labuta.
Meu devaneio poético é
libido, é carne que se junta com carne, é corpo que se cola com corpo, é mão
sem direção, é membro cheio de sentido, engatilhado e apontado para o sexo,
para o desejo de ser desejado. Meu poema insensato é a representação tangível da
vontade que arde a alma e a pele, que incendeia a mente.
Meu poema é uma forma
simples e abstrata de poemizar o amor e suas formas complexas, a paixão e sua
cólera arrebatadora. Por isso canto um conto de amores concretos, de paixões
surreais, um conto de amor de amoras.
Eduardo
Andrade

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