quinta-feira, 20 de março de 2014

Poeira nos pés (O mochileiro das galáxias)*

Foi tanta poeira
Não tinha a vista plena,
As pernas tremiam
Diante tanta vida.
Vi o mundo
E por ele fui visto,
Vi a vida
E por ela fui vivido,
Sou amante do horizonte
Do que não posso ver,
Minhas pernas andam
De acordo com que sinto,
Desloco-me para ser vida.
Assim eu sou
Espero assim ser,
Sempre andarilho,
Nunca com destino
Levo o vento nos cabelos,
Sigo-o e ele me segue.
Poeiras nos pés,
Mochileiro das galáxias
Vou para o mundo e não volto,
Volto,
Mas não sendo aquele que foi,
Volto,
Sendo esse que agora é,
Cheio de poeiras
Cheio de pelos,
Cheio de cabelos,
Mas comigo carrego uma sacola
E ela também está cheia,
Repleta de histórias
Carregada com chocolate de vida
Que provei em cada canto do meu conto
Em todos os portos em que parava
Alimentei-me de vida.
Agora que retorno
Tenho o mundo
Nos meus olhos.


Eduardo Andrade

* poesia para o meu irmão Dário Andrade do Nascimento

Um comentário:

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