Ninguém é o
seu sobrenome,
Anônimo o
seu nome.
É aquele que
passa e ninguém repara,
O mesmo que todo
o dia trabalha
Sem comida
em casa,
Desprovido de
chão
Falta-lhe o
pão,
Caminha pela
terra
Sem marcas,
Sem pegadas
Sustenta o
mundo nas costas
E continua
anônimo
De voz muda
O mundo não
escuta
Seus gritos
e gemidos,
Pois sua dor
é invisível
Nada é sinônimo,
Vazio é adjetivo
Que te faz
ninguém.
Os donos de
nada,
Os senhores de
coisa alguma
Sangram a
vida todos os dias,
Pois não
cabe nela a humanidade
São apenas braços
e pernas
Sem ideias ou
ideologias.
Os anônimos
Apenas representam
números
Numa folha
de contracheque,
Numa estatística
triste
Onde morrem
Sem nome e sem
vida.
Os nadas
Povoam o
mundo com seu vazio,
Mas
alimentam o mesmo
Com suor e
labuta,
Deles é que
nasce tudo.
Talvez seja
essa sua contradição
Não ser e
fazer que seja
Tudo aquilo
que não lhes pertencem.
Nada é teu
Nem o sonho,
Mas tudo é
obrigação tua
Para que
outros sonhem,
Não existe
vida justa
Para quem é
ninguém,
Para quem o anonimato
É nome e sobrenome.
Eduardo Andrade
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