segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Minha palavra

Minha palavra corre
Em linhas tortas
Se entorta nas horas
Atravessa a rota.
Minha palavra me transborda
E se transforma em borda.
Ela chora, ela entorna
Seus sentidos em minha porta.
Me derrama e me corta
Tem fio de faca minhas palavras,
Em minhas mãos pesam toneladas.
Minha palavra me amarga
Estraçalha minha cara,
Sangra minhas mágoas.
Nas minhas páginas nada se apaga
Da palavra riscada renasce meu peito.
Me escrevo sem jeito,
Transcrevo o sabor do cheiro
No intento de ser vento.

Eduardo Andrade

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