Não és pátria de
todos,
Mas de alguns,
Não és terra livre
De um povo liberto.
Sob seus campos pisam
miseráveis
Pés descalços,
Mãos aprisionadas.
Em suas cidades
Exércitos de
miseráveis
Formam sua imagem.
E assim vai se
constituindo minha pátria
Que não é uma,
Mas duas.
Das verdes matas de
minha pátria
Vive o pequeno homem
brasileiro,
sem pão e nem terra,
a ele foi negado o
direito
de pisar livre em sua
terra,
de comer livremente o
seu pão.
E assim foi, para que
outros
Acumulassem riqueza,
Terras e vidas.
Dos luxuosos arranhas
–céus
De Nova York
Das luxuosas coberturas
do Leblon
Existe outra pátria
Outro Brasil.
Onde não existe fome
Onde existe terra
Nesse país a imagem do
homem
Não é a fome e sim
luxuria.
Por isso não posso ser
filho de duas pátrias
Não posso ser poeta de
dois países
Pois não conto em meu
canto
O tormento de meu povo
E muito menos a luxuria
dos poderosos
Meu canto é um canto
de liberdade
Um canto de rebelião
De um país só
Do Brasil operário
Do Brasil camponês
Do Brasil camelô
Do Brasil estudante.
Quero cantar minha
pátria única
Minha pátria livre,
Sem mais influencias de
Nova York,
Sem mais chicote
Da burguesia,
Sem mais grilhões
Do coronel.
Quero cantar a pátria
livre e socialista,
A Nova Democracia,
A terra livre,
O pão de todos,
O chão que um dia
pisará
Não mais o pequeno
brasileiro,
Mas sim o gigante filho
desta terra.
Eduardo Andrade do
Nascimento

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