quinta-feira, 5 de abril de 2012

NÃO ÉS PÁTRIA DE TODOS.





Não és pátria de todos,
Mas de alguns,
Não és terra livre
De um povo liberto.
Sob seus campos pisam miseráveis
Pés descalços,
Mãos aprisionadas.
Em suas cidades
Exércitos de miseráveis
Formam sua imagem.
E assim vai se constituindo minha pátria
Que não é uma,
Mas duas.


Das verdes matas de minha pátria
Vive o pequeno homem brasileiro,
sem pão e nem terra,
a ele foi negado o direito
de pisar livre em sua terra,
de comer livremente o seu pão.
E assim foi, para que outros
Acumulassem riqueza,
Terras e vidas.
Dos luxuosos arranhas –céus
De Nova York
Das luxuosas coberturas do Leblon
Existe outra pátria
Outro Brasil.
Onde não existe fome
Onde existe terra
Nesse país a imagem do homem
Não é a fome e sim luxuria.


Por isso não posso ser filho de duas pátrias
Não posso ser poeta de dois países
Pois não conto em meu canto
O tormento de meu povo
E muito menos a luxuria dos poderosos
Meu canto é um canto de liberdade
Um canto de rebelião
De um país só
Do Brasil operário
Do Brasil camponês
Do Brasil camelô
Do Brasil estudante.


Quero cantar minha pátria única
Minha pátria livre,
Sem mais influencias de Nova York,
Sem mais chicote
Da burguesia,
Sem mais grilhões
Do coronel.
Quero cantar a pátria livre e socialista,
A Nova Democracia,
A terra livre,
O pão de todos,
O chão que um dia pisará
Não mais o pequeno brasileiro,
Mas sim o gigante filho desta terra.


Eduardo Andrade do Nascimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário