quinta-feira, 21 de junho de 2012

POEMA MEU, POEMA NOSSO




O poema é meu,
o poema é nosso,
o poema é o poema,
pois dele se faz a trama,
a cama sob a dama.
O poema é de quem luta
ainda mais de quem labuta
ele é da puta, da lua,
do sol que ilumina as ruas.
Ele é nosso,
o poema.

O poema canta vida,
canta muitas vezes a dor
e a tristeza de um penar,
a amargura de um amor perdido
e esquecido nos rincões da memória.
O poema é conto de alegria,
de amores presentes,
ele é o gozo de uma noite insana,
ele é o libido de um corpo molhado,
a umidade de um colo exitado.
Sim o poema é loucura, amor e paixão.

Mas se limita a isso o poema?
Não! O poema assemelha-se
aos povos em luta,
pois não possuem limites
e muito menos fronteiras,
poemas são primaveras
pois trazem consigo
o despertar de uma nova vida.
Sim, poemas cantam a vida
em todas suas facetas,
poemas são sentimentos,
são peleja e a resistência
de um povo traduzidas em
formas de versos, palavras,
poemas são meus e
são nossos!

Ah! Os poemas!
Sim! Os poemas!
Os seus,
os meus,
os nossos.
Por que os poemas
são de todos
e de ninguém.
Seus poemas
não são teus,
são nossos.
Sim o poema meu
é poema nosso.

Muitas vezes os poemas são malditos
sim, malditos … pois a morte é parte constituinte
da vida, sua bela e indesejável antítese.
Sim, poemas também cantam a tristeza
de uma boca fria, de um olhar sem vida,
da eterna despedida, a amargura de uma tumba,
a lápide nua e crua de uma vida que não é mais.
Poemas também são tristes,
seu versos contam lágrimas
que fazem suas páginas melancólicas,
nostálgicas daquilo que um dia foi.
Ah! Esses poemas malditos!
Que doem em que lê e em quem faz.
Sim! Doem em mim e doem em ti
pois o que dói ai,
igualmente dói aqui.
Entende agora?
Poemas são nossos
assim como as dores
do poeta.

Poeta não esconda seus poemas,
não os guarde em um cofre
junto aos sentimentos seus,
não são teus, são nossos,
sim, nossos poeta, seu penar é nosso,
seu contentamento igualmente é.
Vossa luta contra o avaro,
sua labuta pelo trabalho,
ah! sua louca rebeldia
são nossas,
são suas, pois
o poema meu
é poema nosso!

Eduardo Andrade do Nascimento

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