sábado, 25 de maio de 2013

Minha nossa pátria

Por muito tempo minha pátria foi desenhada
Como uma terra descampada,
Aprisionada por grilhões estrangeiros,
Uma casa de poucos construída por muitos
E assim fomos reproduzindo essa imagem
Onde nossa pátria era uma mãe acorrentada,
Com bocas e olhos tapados com tapas,
Com punhos acorrentados para que assim
Não pudéssemos ergue nossos braços.
Foi assim que os monopólios quiseram
Que fosse para nós nossa pátria,
E insistentemente essa ideia de imagem
Foi transmitida em tubos televisivos
Altamente corrosivos.

Diante de imagens sem ideias
Foi erguido um mito de um povo pacífico
Uma farsa de um povo que se cala, que não fala,
Porém diante desse falso mito corroído
Erguesse dos escombros do esquecimento
Uma antiga nova imagem,
Que em nada se assemelha com aquela,
A de uma mãe acorrentada, calada a tapas,
Mas sim a imagem de uma combatente ativa
De punhos cerrados, de punhos erguidos.
Sim, a imagem de uma mãe que luta,
Erguesse uma pátria mãe ativa.

Talvez não devesse cantar a pátria
Que não é de todos
E tão pouco é mãe gentil,
Talvez deva cantar seu povo,
Que mesmo diante do estorvo,
Faz-se tão majestoso,
Que fronte a desgraça arquitetada
Levanta-se sem temor
Inundado em sua raça.
Cantarei a nação
Que faz da praça e do campo
A primavera do povo.


Eduardo Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário