Ser é aquilo que somos no momento
Em que entendemos que tudo se resume
Na desgraça de que nessa praça;
Tudo o que somos é um amontoado de nada.
Se perder é ser aquilo que não somos no momento
Em que nosso sonho é algo mais que um tombo,
Um tropeço que desliza de acordo com o conto
Onde tudo o que se ouve são os sons
Daqueles sonhos cultivados no outono,
Nas prateleiras onde guardamos a primavera.
Não sou nada mais do que aquilo que sou;
Um perdido em um sonho
Comprido, comprimido, escondido,
Estendido, corrigido, reprimido.
Sou qualquer coisa de transverso
Que utiliza dos versos para momentos
Onde sanidade é um passeio lunar
Por alamedas de incensatos postos à mesa,
Por cadeira que transitam pelas letras
Na hora em que escrevo essas besteiras
Vindas de uma mente que não sabe
O que é o sopro de um sono
De sonhos sem tombos.
Eduardo Andrade
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