quinta-feira, 6 de junho de 2013

Me joguei

Por dentro da vida me joguei
Tentando de alguma forma encontrar o fim,
Joguei-me dentro de mim
Para tentar alcançar o meu desfecho.
Joguei.
Joguei fora, mas caiu aqui dentro.
Joguei fora aquele amor,
Mas ele voltou,
Joguei aquele outro amor
E ele também voltou.
Tento me libertar,
Mas a maré traz de volta
Traz tudo de volta ao pé da minha porta.
Talvez não seja para jogar fora,
Seja talvez uma ingrata lembrança
Que devemos pendurar no canto da memória,
Já que não podem ser apagadas e nem subtraídas.
Maldito vestígio que carrego comigo,
Nada mais que heranças do pretérito,
Ideias que devemos carregar como cicatrizes,
Momentos que nem a borracha do esquecimento podem apagar.
Carregamos tristeza e felicidade, gozo e dor;
São nossas tatuagens da memória,
Nossos sorrisos de toda hora,
Nosso choro de toda hora.
E agora nessa hora jogo fora
Todas as horas em que tentei jogar algo fora.
Não, não posso jogar essa hora fora,
Todas elas não podem ir lixo a fora
Fazem parte do meu corpo,
É tudo que faz minha história.


Eduardo Andrade

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