Por dentro
da vida me joguei
Tentando de
alguma forma encontrar o fim,
Joguei-me
dentro de mim
Para tentar
alcançar o meu desfecho.
Joguei.
Joguei fora,
mas caiu aqui dentro.
Joguei fora
aquele amor,
Mas ele
voltou,
Joguei aquele
outro amor
E ele também
voltou.
Tento me
libertar,
Mas a maré
traz de volta
Traz tudo de
volta ao pé da minha porta.
Talvez não
seja para jogar fora,
Seja talvez
uma ingrata lembrança
Que devemos
pendurar no canto da memória,
Já que não
podem ser apagadas e nem subtraídas.
Maldito
vestígio que carrego comigo,
Nada mais
que heranças do pretérito,
Ideias que
devemos carregar como cicatrizes,
Momentos que
nem a borracha do esquecimento podem apagar.
Carregamos tristeza
e felicidade, gozo e dor;
São nossas
tatuagens da memória,
Nossos
sorrisos de toda hora,
Nosso choro
de toda hora.
E agora
nessa hora jogo fora
Todas as
horas em que tentei jogar algo fora.
Não, não
posso jogar essa hora fora,
Todas elas
não podem ir lixo a fora
Fazem parte
do meu corpo,
É tudo que
faz minha história.
Eduardo Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário