Sociedade doente de sonhos desbotados,
onde está sua humanidade,
em quantas prestações vendemos nossa liberdade,
quando começamos a viver com medo?
Quanta ganancia rege nossa sociedade
e mesmo assim aceitamos como natural
a avidez que nos empurra para o abismo,
caminhamos todos sozinhos para o mesmo destino,
como cordeiros caímos na decadência de nossos dias.
Sem atentar deixamos nossas vidas serem edificadas
com a mesma arquitetura
em que construíram as cadeias de nossa liberdade,
assim não percebemos que estamos presos
dentro de nossos próprios medos,
que somos reféns de vícios rotineiros,
dependentes de pecados efêmeros.
Então entendo que talvez estejamos doentes
duma doença chamada medo,
que talvez estejamos ilhados em nossa solidão
sem conseguir vê o que se estende
para além dos muros de concreto,
não enxergamos o horizonte que se esconde
por detrás dessa cortina de fumaça urbana.
Pra que se perder numa rotina cinza
se podemos transpor essa muralha
e sentir a vida que se abre por entre o que é simples?
Quanta vida existe num dia
que nasce ao som de uma cachoeira,
quanta paz colhemos numa árvore de frutos maduros,
para continuarmos ocos numa vida doente,
Pra que viver de cinza, concreto, medo e desespero?
Eduardo Andrade
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