quinta-feira, 23 de agosto de 2012

VEIAS ABERTAS




A terra das veias abertas
onde a riqueza se transforma
em sangue e opressão,
América Latina fonte de riqueza
de uma metrópole sedenta
de sangue.
Ouro e prata já não
brilham mais nestas terras,
brilham em além mar.

Nossas terras produzem
o alimento que é consumido
por aqueles que a 500 anos
vieram aqui nos roubar.
Cultivamos em nossas terras
a nossa própria miséria,
miséria esse que gerou
a riqueza alheia.
Morremos todos os dias,
sangramos nossa carne
para sustentar a opulência
de uma metrópole falida,
que ontem falava português
e hoje fala inglês.

Aqui não existe nação,
somos explorados e exploradores,
oprimido e opressores,
ricos e pobres.
Nossas elites são meros
serviçais do imperialismo
Ianque, Europeu, Chinês
O que melhor pagar.
Nossas crianças
são empurradas todos
os dias para morte,
Nossos governantes são
cegos, surdos e mudos
não vêem nossa miséria,
não escutam nosso lamento
e preferem não falar
pois já não têm mais
o que dizer.

Fomos educados na disciplina
do silêncio e do terror
e assim nos acostumamos
à estupidez do silêncio.
Tentam usar nosso sangue
para afogar e conter
nossa luta.
Matam sistematicamente
para que sirva de exemplo
o fim dos que lutam.
Porém não podem conter
o poder das ideias,
ideias não morrem
e não podem ser presas.
Ideias não sangram
E muito menos choram
Ideias libertam.

Eduardo Andrade do Nascimento.


OBS:Fiz esse poema logo após ter lido o livro “As veias abertas da América Latina” portanto para quem leu o livro pode se sentir familiarizado com alguns termos e frases. 

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