sábado, 25 de agosto de 2012

VONTADE SEM FIM




Existe dentro de mim
uma vontade sem fim,
um desejo de ti
memorizado
aqui, ali, acolá,
em todas partes
que me constituem.
o anseio,
o libido,
o capricho
de seu corpo,
a louca vontade de tua boca,
o insano momento
em que penso
em seu beijo,
em seu doce leito.

Existe em mim
uma vontade de ti.
Sim! Sim! Sim!
Existe aqui um
espaço para ti.
Guardado e selado
em um silêncio
velado, calado
que mantenho isolado
em um ambiente
confuso, obtuso.
Um sentimento agudo
de um ângulo rubro.
Um vermelho sentir
de uma paixão
surda e muda.

Que confuso é
com você conversar.
Que estranho é
com você me identificar.
Não quero falar-lhe
o que tenho a lhe dizer,
pois não quero que saiba
de meu louco querer,
dama que não é
dona de minha cama.
Como queria que fizesse
de meu leito
seu ar
seu lar,
seu recinto
para amar.

Se pudesse
ter-lhe em meus braços
te faria um laço
posto que faço
o que for necessário
para ser o laço
de seus cachos.
Ah! confesso
que me desfaço
e me faço
em pedaços
para ter ao meu
lado os teus cachos.
Mas não posso ter-lhe
em meus braços
Não, não posso
mas quero,
sempre quis
mesmo sabendo
que não queres
ser minha.

Ah! Doce amiga,
não pense
que desdenho de
nosso fraterno sentir.
Não aches que não
te quero assim,
como amiga minha.
Mas quando cruzaste
minha vida, fez-se
humilde donzela
em minha singela
aquarela.
Ah! Doce amiga,
como quero-te
minha, sim minha,
minha mulher,
amante minha,
dona de minha vida.

Eduardo Andrade do Nascimento.

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