Suas caravelas
centenárias trouxeram para nossa terra
não somente tua
cultura de um povo lusitano,
não só tua bravura de
pátria desbravadora dos mares.
Não foi somente tua
língua de mãe que abraça,
não foi somente as
cores de tua flamula
aportaram nessas terras
de além mar.
Tuas mercenárias
caravelas de uma estirpe nobre e pouco
portuguesa,
trouxeram para o bravio
novo mundo a ganância de uma elite,
as ambições de um
império ultramarino onde as garras da coroa lusitana,
não somente rasgaram a
pele de nossos povos originais,
como também saquearam
todas nossas riquezas
e na sede de destruição
dizimaram um povo e sua cultura.
Não contentes com a
submissão do povo daqui,
sua sanguinárias
caravelas foram para terras africanas
e de lá vosso império
maldito mais uma vez soou
as trombetas da besta
imperial, usurpando de uma terra
seu povo, seus reis e
rainhas, príncipes e princesas,
mais uma vez a coroa
portuguesa pesa suas garras
sobre as turbas de
outras terras.
Que destino maldito
desenhou-se sobre vosso império que insiste em
tumbar as terras por ti
conquistada,
que fado é esse que
sustentas sobre nossa terra
para que vossa nobreza
ostente seus caprichos de elite.
Quanto ouro e prata foi
necessário para que construísse seu império de cadáveres
dourados,
esse teu reinado de
tumbas prateadas de povos saqueados?
Teu exercito em nome de
um Deus Europeu,
suas tropas de clérigos
treinadas na torpe incumbência de catequizar uma cultura milenar,
sujaram de sangue nosso
território sagrado e de forma obstinada dedicaram-se
em “sublimar” um
povo aos costumes do homem branco, europeu.
Que pedagogia sinistra,
vocês jesuítas, usaram para cristianizar nosso povo nativo,
Ratio Studiorum
solapando tradições, corpos e mentes,
crucifixos, batinas,
hóstias e missas para lavagem cerebral.
Pedagogia do terror
para dominar, espadas para conquistar
e assim foi
configurando-se nossa saga de colônia lusitana,
nossa fábula escrita
por uma coroa falida
que usurpava nossa
natureza para uma metrópole inglesa.
Mesmo com toda
espoliação e opressão não faço de meus versos
um canto de repúdio ao
povo português, não faço de meu conto
linhas de preconceito,
pois carrego em meu peito a solidariedade e
internacionalismo,
sentimentos fraternal de todos os povos!
Eduardo Andrade do
Nascimento.
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